Fernando Martins


O empresário dos óculos


Fernando Martins começa cedo a trabalhar. Inicia-se na Junta de Lacticínios, mas, logo a seguir, arranca, com o pai, no mundo dos óculos. Paulatinamente, vai-se afirmando e hoje tem várias lojas na cidade do Funchal.

por: Paulo Camacho

Nasce em São Martinho, na zona da Nazaré. Ali vive até aos dois anos, altura em que muda para o centro da cidade. Vem viver para a Rua do Carmo.
O pai é enfermeiro da companhia de seguros Fidelidade, situada na referida rua. Por isso, a mudança é benéfica. Isto porque está de serviço, grosso modo, 24 horas por dia.
Aos sete anos, Fernando Martins entra na escola. Começa no Colégio São Luís, situado na igreja do Carmo. Por ali fica até à quarta classe (atual quarto ano de escolaridade).

Estudar em Lisboa

O primeiro ano do ciclo e os seguintes são feitos na Escola Industrial e Comercial do Funchal (atual Escola Secundária de Francisco Franco). Ao fim do segundo ano, que perde, o pai considera que é melhor o filho seguir outro caminho.
Vai para Lisboa, estudar na Paiã. Faz o curso de feitor agrícola.

A Junta de Lacticínios

Regressa à Madeira com 17 anos.
O estágio é feito na Junta dos Lacticínios da Madeira.
Terminada esta fase, ainda fica por ali algum tempo com o intuito de conseguir um emprego. Acaba por o obter. Um trabalho que se prolonga no tempo, durante 27 anos.

A Casa dos Óculos

Em simultâneo, nos primeiros anos de atividade, monta, com o pai, a Casa dos Óculos, na Rua do Carmo. A abertura do negócio dá-se a 17 de janeiro de 1958.
A aposta no ramo dos óculos assenta, em grande parte, na visão de um potencial de negócio devido ao facto de existirem dois oftalmologistas na seguradora, situada no mesmo edifício.

Começar devagar

Em 1970 são forçados a abrir outra loja, em virtude de o edifício onde está implantada a primeira ter de ser demolido. Contudo, acabam por não acontecer as obras.
Resultado: fica com duas lojas, com o mesmo nome, na Rua do Carmo, e no mesmo lado da rua. Uma fica no 2C, a outra, no número 24A.
Anos mais tarde, na segunda metade da década de 90 (em 1997), abre uma nova ótica, nas Galerias São Lourenço, no Funchal.

A Óptica Madeira

Mais recentemente, em dezembro de 2003, abre uma outra loja. Fica na Rua Dr. Fernão de Ornelas. Chama-se Óptica Madeira. Está integrada na mesma empresa, mas dirige-se a outro público. Tira muito proveito da localização privilegiada. Uma realidade que teve oportunidade de comprovar no mês de dezembro com as grandes vendas, uma parte dos quais estrangeiros.
Curiosamente, fica surpreendido com o facto de as pessoas entrarem na loja, algumas vezes, só para apreciar a sua decoração futurista e os óculos expostos com gosto.

100% na ótica

Há cerca de 15 anos, deixa a junta dos lacticínios de vez. Dedica-se a 100% à ótica.
Fernando Martins tem o condão de não ter de interromper o trabalho para cumprir o serviço militar obrigatório. Por ser magro, fica livre de pegar nas armas, numa altura em que muitos não têm outro remédio senão seguir a música de Max e “toca a marchar”.
Presentemente, no universo das quatro lojas, trabalham 15 pessoas, entre as quais se conta o próprio Fernando Martins, que reconhece uma grande evolução no mundo da ótica desde os primeiros passos no negócio. Uma evolução tecnológica, onde parte do trabalho com as lentes é feita à mão inicialmente e que hoje, praticamente, são as máquinas que o fazem. E com mais precisão.

Apoio dos filhos

O empresário dos óculos conta já há algum tempo com o apoio dos filhos. São eles que, por exemplo, vão às duas feiras principais que se realizam no Mundo. Uma delas é em Milão, Itália. É o expoente máximo de feiras de ótica no Mundo.
Depois há uma outra, em outubro, que é o palco privilegiado para a apresentação de óculos de sol que serão moda no ano seguinte.
Além disso, diz que hoje em dia trabalha com marcas de nome, que não só oferecem um produto de qualidade ao cliente como também facilitam o trabalho de pesquisa e escolha de novas armações de óculos. E, curiosamente, diz que hoje em dia vende mais um bom produto, mais caro, do que outros mais em conta. Entende que o cliente segue à risca o ditado popular de que “o barato sai caro”.

Compras de bons produtos

Muitas vezes apresentam um produto com um preço médio e perguntam se não tem um artigo melhor.
No fundo, todos os produtos são comercializados com os preços recomendados pela fábrica. Tanto lentes como armações.
Pela parte de Fernando Martins, a atualização de conhecimentos começa por assentar na experiência que os anos trazem. Depois, nos contactos que mantém com pessoas ligadas ao ramo.

Nas lojas todos os dias

Todos os dias passa pelas lojas todas.
A base está na Rua do Carmo, onde tem o escritório principal.
Fernando Martins diz que as lentes de contacto, quando surgiram, não vieram tirar mercado. Isto porque as pessoas também compravam lentes de contacto.
Agora, o mesmo não diz das operações laser feitas à vista, que, em grande parte dos casos, eliminam as deficiências visuais, como seja a correção da miopia. Daí não necessitarem mais de óculos.

Ler nos tempos livres

Fernando Martins não tem qualquer ocupação de tempos livres. A principal é trabalhar e concentrar-se no negócio. Contudo, reconhece que hoje em dia tem mais tempo para si, em virtude de contar com o apoio dos filhos. Antes, até mesmo os fins-de-semana eram passados a executar trabalhos diversificados relacionados com os óculos, como seja o de fazer marcações de armações e elaborar etiquetas. Isto para ter sempre as lojas a funcionar sem problemas.
Mesmo assim, lê informação diversa, entre jornais e revistas, mais ao fim-de-semana, e também gosta de ver televisão.
No domínio da Internet, não envereda por aí. Reconhece as potencialidades, mas deixa-as nas mãos dos filhos. 

(2004-01-16)

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