Rui Miguel

Kodak, postais e lojas

Rui Miguel decide começar a trabalhar cedo. Depois da tropa, entra no Leacock e estabelece contactos com a Kodak. Mais tarde, a multinacional abre-lhe a porta. Cria a sua própria empresa. E segue o seu caminho.


Começa cedo a trabalhar. Quer ser independente e poder comprar as suas coisas. Estuda à noite. Consegue conciliar as duas tarefas. Conclui o curso de Contabilidade e Administração, na Escola Industrial e Comercial do Funchal, hoje Escola Secundária Francisco Franco.

O 1.º emprego

O primeiro emprego é numa livraria, ligada à Papelaria Condessa. Tem 16 anos. Na empresa há uma tipografia que imprime o célebre jornal Comércio do Funchal. Chega a levar textos de Vicente Jorge Silva ao Palácio de São Lourenço para serem aprovados pela censura do antigo regime. Na altura, o jornal é um marco na região. E no país.
O primeiro ordenado que recebe é de 500 escudos (cerca de 2,5 euros). 300 Escudos são para a prestação da moto. Considera importante ter que dar valor ao dinheiro. Rui Miguel aplica-se nos estudos, no sentido de aprender sempre mais e ter concluído o curso antes de ser chamado a cumprir o serviço militar obrigatório.
Faz a tropa no continente. Depois regressa à Madeira.

O Leacock

Quando chega ao Funchal depara-se com a empresa a passar por algumas dificuldades. Tem de procurar um novo rumo para a sua vida. Não demora muito tempo. Entra no Leacock, na capital da ilha. Uma grande empresa que hoje não está activa, mas que, na altura é emblemática e de grande dimensão.
Rui Miguel fica ligado à Kodak, representada pela empresa. Desenvolve as vendas da multinacional na Madeira. Conhece métodos de trabalho evoluídos a nível do planeamento e formação. A brincar, com os amigos, diz que tem a “universidade da Kodak”.
Rui Miguel vai conhecendo alguma solidez a nível profissional. Mais tarde, em 1990, a empresa Leacock atravessa uma fase menos boa.

A sua própria empresa

Ciente da situação, a Kodak convida Rui Miguel para continuar a desenvolver o projecto na Região. O empresário pensa e aceita rapidamente o desafio. Cria a Dima - Distribuição Madeira, Lda. Fica com a representação dos produtos Kodak na Madeira Mais tarde, cria a Qualifoto. Há a intenção de colocar pontos próprios de venda para escoar mais produtos.
Chega a ter cinco postos de venda. Muitos conhecem uma dinâmica muito grande.
Anos depois, vende o negócio da Qualifoto. Diz que, sem a componente de reportagem não é muito viável estar na fotografia com as lojas.
Rui Miguel ainda hoje é distribuidor dos produtos Kodak na Madeira.
Dirige-se especialmente aos pontos turísticos.

A aposta no turismo

Mais tarde, há cerca de sete anos, abraça o projecto de um equipamento multifunções – sistema americano de limpeza, que é hoje uma referência da empresa.
Igualmente, com a Dima tem ligações aos pontos turísticos. Começa a desenvolver postais temáticos, mapas, livros turísticos e todo um manancial de informação especialmente direccionada para o turista.
Distribui igualmente águas “Fonte Viva”, utilizadas especialmente em escritórios e lojas, pela facilidade que oferecem, integradas num equipamento específico que coloca uma “fonte” à porta de cada pessoa.
Outros produtos que passam também a ser distribuídos pela Dima são os da Aloe Vera Madeira.

Os postais

No domínio dos postais, procura estar sempre bem informado do que se faz lá fora nesta matéria. Quando pode, pede aos amigos que lhe tragam um, dois postais para saber o que está sendo feito. Não obstante, os seus postais são produzidos em Tenerife, numa região que considera ser líder neste domínio.
Entretanto, a Dima permite outras experiências. Tem a lavadaria “5 à Sec”, no Madeirashopping”, e ainda a loja de roupas “Fun Farrow”, que surge devido ao desejo da esposa em ter uma loja do género. São duas oportunidades que surgem, a nível do franchising, que permitem desenvolver e conhecer novas experiências. Rui Miguel diz que estão a correr bem.
Paralelamente a toda esta actividade, Rui Miguel tem ainda uma outra ligação a outra empresa. É uma associação com um primo seu, dos Açores, na área da distribuição de álcool etílico. O produto é distribuído na Madeira para as farmácias.

Certificação de qualidade

Presentemente, o empresário madeirense está a trabalhar no processo de certificação de qualidade da empresa Dima. Obriga a cerca de 600 horas de formação. A intenção é tentar sempre prestar o melhor serviço possível. Quem mexeu no meu queijo? No fundo é, como diz, a busca constante em afinar a “máquina” para ir sempre mais além. Diz que dentro da empresa está sempre presente o espírito de “Quem mexeu no meu queijo?”, que mostra, de uma forma divertida, duas realidades: as resistências à mudança e à inovação e o mérito de quem ousa querer estar sempre na linha da frente para vencer.
Rui Miguel não tem um tempo médio de trabalho. Sublinha que tudo tem sido possível com o grande espírito de equipa que sempre estimulou e encontra no seio das suas empresas. Ora, com estes negócios e agora com o projecto de certificação a sua atenção redobra-se. O que, no fundo, não lhe causa estranheza porque sempre quis estar presente em todos os momentos.
Agora, a hora é para consolidar os investimentos.

O desporto

No domínio dos hobbies, gosta especialmente do desporto. Hoje não o pratica tanto. Andou pelo squash. Afastou-se. Anda a tentar encontrar uma aberta que o permita regressar a uma actividade desportiva, não só pelo desporto em si como também pela manutenção. Diz que até pode ser andar a pé pela promenade.
Não obstante tudo isto, privilegia o ambiente familiar. Gosta muito de estar junto dos seus.
Rui Miguel gosta também de andar de moto. Com moderação e com grande prazer.
No que toca à Internet e ao correio electrónico reconhece-se como um homem da mudança.
Contudo, apesar da inovação estar presente na empresa, ainda não mergulhou suficientemente para a dominar.

BI

Nome: Rui Alberto Nóbrega
Teixeira de Miguel
Data de Nascimento: 1952-5-5
Naturalidade: São Pedro,
Funchal
Estado Civil: Casado
Filhas: 2


2003-07-11

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