Rui Alves
Senhor do seu destino
Rui Alves começa por ser professor. Depois tira, com distinção, o curso de Engenharia Civil. Regressa à Madeira. Passa pela Câmara Municipal do Funchal. Mas sente necessidade de gerir o seu próprio rumo e tempo. Hoje tem negócios diversificados.
por: Paulo Camacho
por: Paulo Camacho
Estuda, como as crianças e os jovens madeirenses, nas escolas da ilha, na l Escola Secundária de Francisco Franco, onde, mais tarde, dá aulas.
Em 1979, Rui Alves dá por si ainda indeciso: fazer uma licenciatura ou seguir outro caminho.
Resolve candidatar-se à profissão de docente. As necessidades no Ensino são grandes. Necessidades que não são acompanhadas em número suficiente de professores.
Assim, ainda que provisoriamente, começa a leccionar com o 11.° ano completo, antigo 7.°, numa altura em que faz o Propedêutico, actual 12.° ano de escolaridade.
Professor
Dá aulas durante um ano e três meses, de Física e Química, e de Mercadorias, para o curso de Técnicos de Construção Civil.
Ainda com 18 anos, tem contacto com pessoas com mais idade e experiência profissional. Tem oportunidade de jogar numa equipa de futebol que participa em alguns torneios. Uma acção que lhe permite estreitar relações.
O impulso para o curso
Alguns são fundamentais, pelo que transmitem relativamente às perspectivas a criar para si próprio. É igualmente nessa altura que se decide a tirar um curso superior.
Não obstante, começa o curso de Engenharia Civil sem a convicção profunda cio que é a sua abrangência. Vai melhorando a identificação com o curso à medida em que evolui nos anos.
Ao mesmo tempo, começa a ficar com a ambição de seguir a carreira académica. Rui Alves tem o condão de estar entre os dois alunos com melhores notas do seu quinto ano de curso.
A caminho da Câmara
Mas, porque é bolseiro do Governo Regional, inicia a sua profissão em Fevereiro de 1985 num departamento do Executivo madeirense, na Região.
Em 1986 cumpre o serviço militar. No ano seguinte regressa ao governo. Pertence à Direcção dos Serviços de Hidráulica. É nomeado chefe de divisão.
Em 1989 é convidado a integrar a candidatura à Câmara Municipal do Funchal pelas listas do Partido Social Democrata. João Dantas é cabeça de lista.
Vai para um cargo que considera de grande responsabilidade e conflitualidade, face aos «interesses primários» que, normalmente, «estão em jogo».
Rui Alves acaba por ter alguma sobrecarga de pelouros. É vereador do Urbanismo e Ambiente e tem sob a sua responsabilidade toda a parte de saneamento e de águas, esgotos e o parque de máquinas.
Reconhece que não tem escola política. O que, em seu entender, constitui um grande "handicap" para a afirmação de referências fundamentais que tinham de ser deixadas para a cidade. A conflitualidade do lugar e a sua forma de estar e de assumir as suas decisões não privilegiam um bem-estar pela sua parte em termos pessoais, assim como uma gestão pacífica do cargo.
Senhor do seu destino
Sai com uma sensação muito grande de violência. Sensação de jamais querer exercer qualquer cargo político, embora veja naquele desempenho uma nobreza no seu exercício, muito acima de outras profissões.
No mesmo dia em que deixa o município, a 7 de Janeiro de 1994, também se demite do cargo de chefia no Governo. Cargo que fica suspenso quando sai para a Câmara Municipal.
Rui Alves considera que, pelo seu feitio, não existem muitas condições para continuar a ser liderado por ninguém. Resolve assumir a sua vida profissional.
Entende que já tem um percurso profissional que dá alguma tranquilidade do ponto de vista da sua profissão liberal.
Começa a conjugar a actividade profissional, ligada à licenciatura, com a empresarial. E lança-se. Logo nasce outro projecto no âmbito do desporto: o Clube Desportivo
Nacional.
Sucessivamente, vai ficando mais ligado à actividade empresarial que tem na base os seus conhecimentos profissionais. Consequentemente, e proporcionalmente, baixa mais o envolvimento profissional do ponto de vista da actividade liberal.
Presidente do Nacional
Rui Alves diz que hoje tem a vida que quer ter. Dispõe do seu tempo e da sua vontade. São questões fundamentais para o seu bem-estar.
Chega a ter uma actividade diversificada em termos empresariais, onde se incluem lojas em regime de "franchising" e outras, na área da joalharia e relojoaria.
Presentemente, além da atividade de promoção imobiliária e de elaboração de projetos e de engenharia, tem apenas mais duas ourivesarias. E não pretende ter mais. Precisamente porque quer dispor do seu tempo e vontade.
Mesmo assim, a juntar a esta atividade, Rui Alves é ainda presidente da cooperativa de habitação Coohafal.
Em relação ao projecto do Clube Desportivo Nacional, começa em 1994. Toma posse como presidente do clube a 11 de Julho de 1994.
Trabalho contínuo
Rui Alves não tem um tempo médio de trabalho diário pré-definido. Normalmente, não gosta de estar mais de quatro horas por dia no escritório. Até porque tem de gerir o seu tempo por locais diferentes.
Além disso, diz que não tem um local próprio, estanque, onde pense e trabalhe, e outros onde não c faça. Todos os lugares são susceptíveis de o fazer. Algumas vezes, d por si a pensar em questões da sua vida profissional, desportiva ou da cooperativa de habitação, na rua, no café... Chega mesmo ao ponto de os amigos pensarem que está a leste do paraíso, absorto do convívio, quando se fecha e pensa em determinada matéria que lhe ocorre sobre as mais diversas realidades.
No domínio dos tempos livres, Rui Alves continua a jogar futebol. O que faz três vezes por semana. Joga com amigos. Normalmente, acaba por jogar sensivelmente nas áreas de central ou médio-centro. As mesmas que ocupa quando joga futebol federado. Contudo, como os jogos têm menor número de jogadores, não se aplicam na perfeição as posições clássicas do futebol de 11.
Também gosta de jogar às cartas e ao xadrez. São escapes para libertar alguma energia e "stress" acumulados.
Gosta de ler. Lê os jornais diariamente. Faz igualmente leituras de livros. Algumas vezes, lê publicações de uma abordagem mais científica, ligadas à existência do Homem.
Outras vezes, quando está mais cansado, encontra tempo para ler um romance.
Um dos últimos livros que está a tentar acabar é o primeiro volume de "A natureza da natureza", da autoria de Edgar Morin.
Em relação a férias, não as faz por grandes períodos. Quando pode, opta por períodos mais curtos.
Há algum tempo que faz férias em Abril com um grupo. Mas, este ano, por diversos imponderáveis, não conseguiu fazê-lo.
No domínio das novas tecnologias, como a Internet e o correio electrónico, Rui Alves reconhece as potencialidades. Mas não dedica grande tempo a estas ferramentas. Entende que é muito difícil, para quem faz mais a sua actividade no âmbito do pensamento e da decisão, ter grande disponibilidade para usar directamente estas ferramentas. O que não invalida que tenha o seu gabinete de engenharia totalmente informatizado, com as mais recentes actualizações.
BI
Nome: Rui António Macedo Alves
Data de Nascimento: 10-09-1959
Naturalidade: São Pedro
Estado civil: Divorciado
Filhos: 3 (2 filhas e 1 filho)
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