Rodrigo Cardoso


Paixão pela gestão e pelo mar


É director da Marina do Funchal e presidente da Mesa do sector dos combustíveis na ACIF-CCIM.

por: Paulo Camacho


Filho de pais madeirenses, nasce em Coimbra. É na “cidade dos estudantes” que o pai, o médico Alivar Cardoso, tira o curso de medicina e onde fica a trabalhar nos primeiros tempos.
Vem para a Madeira com um ano.
Faz a escolaridade normal na ilha.
Depois do 12.º ano vai para Lisboa para tirar o curso de Gestão de Empresas, que completa nos cinco anos normais.
Termina o curso em Julho de 1987. Em Agosto começa a trabalhar na Ernst & Winy (actual Ernst & Young), uma empresa de auditoria que faz consultoria a empresas do continente.
Rodrigo Cardoso trabalha e a vive na capital do país.
Mas, um dia, o avô materno, comerciante ligado à Unibasket e à Corama, já com 82 anos, fala com o neto. Manifesta-lhe o desejo de o ter na Madeira no seu lugar a tomar conta das empresas da família.
O avô considera que é altura de arrumar as botas e dar o lugar às novas gerações.

O convite

Um dia vem de férias no Natal e fala demoradamente com o avô sobre esta hipótese. Chegam a um bom entendimento. Rodrigo Cardoso resolve concretizar o desejo.
Rescinde o contrato com a Ernst & Young e começa a trabalhar nas empresas familiares. Estamos em 1988.
Entra na Unibasket, uma empresa que, na altura, tem cerca de 50 funcionários. São tempos em que a empresa tem um volume de negócios significativo na área dos vimes.
A empresa chega a ter uma loja de venda ao público, que já está encerrada quando chega. Na prática, está vocacionada para a exportação, porque há muita procura dos mercados inglês e americano.
Rodrigo Cardoso diz que, nessa altura, o produto é bem aceite e competitivo.
Por outro lado, tinha uma ligação à Corama, que tem a distribuição de combustíveis na Região. É gerente das duas empresas.
A partir daí, a sua acção evolui nas empresas geridas pelo avô.

Inovar

Na Unibasket, os negócios têm de mudar. A exportação de vimes começa a decair a partir de 1992. A curva entra no sentido descendente.
É então que surge a opção para inovar e adaptar a empresa a novos desafios. Passa a importar artesanato de várias partes do Mundo, vendido na loja, juntamente com o originário da Madeira, que ainda é feito.
Durante este período de mudança, a Unibasket vê-se forçada a reduzir o número de colaboradores. Da meia centena de então passa para os actuais seis.
Actualmente ainda continua a exportar e a ter obra de vimes para vender no mercado local. Mas os tempos são outros. Torna-se necessário encontrar uma forma de compensar a exportação perdida. Daí a entrada na importação de artesanato.

A Corama

No que toca à Corama, é uma empresa com mais de 50 anos. Sempre se dedicou à área dos combustíveis. Tem a distribuição do gás a granel e em garrafa e dos combustíveis Galp na Madeira. Isto para além dos lubrificantes, dos electrodomésticos e de acessórios de automóvel.
É uma empresa com um grande volume de facturação, que emprega cerca de 140 pessoas.
Presentemente, a Corama explora directamente quatro postos de abastecimento no Funchal e um no Porto Santo.
É à Corama que Rodrigo Cardoso dedica a maior parte do seu tempo. É um dos dois gestores. Como tem vocação comercial, ocupa-se mais dessa área.
Há pouco tempo, a Corama e a Unibasket centralizaram todos os seus serviços num edifício único na Rua da Ribeira de João Gomes. Apesar de serem empresas sócias uma da outra, tinham escritórios separados.
Por várias razões, como a redução de custos e maior agilidade na gestão, decidem colocar os escritórios em conjunto.
Por outro lado, as empresas têm uma outra, a Inglo, que explora um posto de combustíveis na Av. do Infante.
Rodrigo Cardoso é igualmente gerente da empresa.
E, por estar ligado à área de decoração, com o artesanato na Unibasket, e a área de cozinhas, com os equipamentos da Corama, considera interessante diversificar. É assim que aposta na área do design e na área da decoração e de peças de design modernas.

Cutipol

Neste sentido, surge a oportunidade de abrir a loja Cutipol na Madeira. Cutipol que é considerada uma das marcas de referência nacional. Já está muito implantada, não só em Portugal como no mercado internacional.
Juntamente com outros parceiros, é aberta a loja Cutipol no Funchal. Fica junto ao Pestana Miramar, há cerca de um ano.
Num pequeno balanço, diz que a experiência tem sido boa num negócio com grande procura.

Actividades marítimas

Além de ser gestor da Unibasket e da Corama, desenvolve outros negócios. Geralmente ocorrem com pessoas amigas, com quem estabelece sociedade.
Durante três anos chega a ter sociedade no âmbito da actividade marítimo-turístico. Explora uma lancha que, por coincidir com a abertura do restaurante da Fajã dos Padres, faz o transporte dos clientes entre o centro da cidade e aquele local, situado aos pés do Cabo Girão.
Além disso, a empresa actua na área do “sky” e da conhecida “banana”, na zona dos hotéis.
Ao fim dos três anos entende que o barco já tem algum desgaste. Juntamente com os sócios, vende o barco e o negócio.
Outra aposta surge na área da restauração. Juntamente com dois amigos, abre um restaurante junto à Quinta Magnólia.
Hoje já não está neste negócio, que continua mas com outro nome.
Outro investimento surge. No domínio da informática.
A certa altura, surge a oportunidade de ser sócio de uma empresa do sector de informática. Fica no negócio dois anos.
Deixa a Ricmade, onde tem 50%, por falta de tempo. Apesar de o considerar aliciante, entende que se trata de um sector que exige muita disponibilidade.

Turismo rural

A nível familiar, tem o condão de estar ligado a outros projectos.
Neste momento, a família está ligada ao turismo de habitação rural. Tem três casas em funcionamento no Funchal, mais propriamente na Choupana, acima do Jardim Botânico.
Para o próximo ano vai fazer mais três unidades no Ribeiro Frio. Depois de concluídas, fica com uma oferta de seis casas.
Do ponto de vista associativo, há já algum tempo que Rodrigo Cardoso é presidente da Mesa dos Combustíveis da Associação Comercial e Industrial do Funchal-Câmara de Comércio e Indústria da Madeira. Além disso, pertence, igualmente, à Mesa dos Vimes e ao Conselho Fiscal da referida associação patronal madeirense.

Director da Marina

No domínio da dedicação ao trabalho, Rodrigo Cardoso não estima um tempo médio diário. Considera difícil quantificar.
Tanto está no escritório como em viagem de negócios. E mesmo no exterior, chega a trabalhar mais horas do que na Madeira.
Mesmo assim, quando está na Região, entra normalmente às 9 horas e tenta estar em casa pelas 20.
Paralelamente a estas actividades, é convidado para a direcção do Clube Naval do Funchal. Um mundo náutico onde está ligado, desde muito cedo.
É neste âmbito que surge a oportunidade de concorrer à concessão da Marina do Funchal em 1995.
Rodrigo Cardoso organiza o processo.
Assim, com mais dois clubes náuticos, o Clube Naval do Funchal concorre à exploração.
Ganham o concurso.
Rodrigo Cardoso passa a ser director da Marina do Funchal, um cargo que ainda hoje desempenha. Tal como se mantém ligado à direcção do clube.

Recursos humanos

No domínio da actualização, Rodrigo Cardoso lê toda a informação possível no domínio da gestão através dos mais variados suportes.
Lê muito sobre o direito do trabalho e tem uma área que dedica cada vez mais tempo: a dos recursos humanos. Considera-a uma componente muito importante nas empresas e o seu grande centro de custos. Daí haver toda a oportunidade de ter o maior conhecimento possível.
Lê igualmente muitas revistas e os livros recomendados na área da gestão.
Além das leituras, participa em cursos, conferências e congressos diversos.
Neste momento não lê outro tipo de livros que não os da actividade comercial. Por falta de tempo. A excepção vai para publicações sobre náutica de recreio.

Paixão pelo mar

No domínio das novas tecnologias, a nível de Internet e correio electrónico, é um utilizador frequente. Mesmo a nível da empresa, estas ferramentas são muito usadas nas transacções e na consulta de catálogos.
Além do escritório, utiliza também a Internet em casa. Aí, tira partido desta nova tecnologia, não só a nível de trabalho como ainda no domínio do lazer e obtenção de informação de questões relacionadas com náutica.
Quanto a hobbies, o principal é navegar e participar em regatas. Tem o curso de Patrão de Alto Mar, que lhe permite navegar por esse mundo fora.
A nível desportivo, desde muito novo que é praticante. É um dos pioneiros no windsurf na Madeira. Entra em inúmeras regatas e chega a representar a Madeira no exterior.
Além disso, o pai também nutre uma paixão especial pelo mar. Há muitos anos que tem barco. É ele que lhe incute o gosto pelo mar. Por isso mesmo, desde criança que Rodrigo Cardoso mantém contacto com o mar.

Viajar

No fundo, é este gosto pelo mar que leva Rodrigo Cardoso ao Clube Naval do Funchal e à direcção da Marina do Funchal.
A juntar ao gosto pelo mar, Rodrigo Cardoso também faz questão de viajar.
Tira uma semana de férias no Inverno para ir com um grupo de amigos. Normalmente vai para as montanhas esquiar, a maioria das vezes nos Alpes franceses.
No Verão, dedica parte das férias para fazer regatas.
Mais para o fim do ano, na época venatória, gosta de fazer caça. 

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